domingo, 15 de abril de 2007

Perfect Sense


Mais uma vez volto a atirar para os olhos das pessoas que passam por aqui um dos meus recentes vícios musicais, para os quais a minha atenção se vira de vez em quando, sem razão aparente.

Sou um fã de Pink Floyd, como há muitos, mas as minhas experiências com a banda sempre tiveram uma conotação visual muito forte com o seu baixista, Roger Waters. Comecei a ouvi-los muito novo, culpa dos meus pais e da sua colecção de CD's e vinis, mas só mais tarde comecei a associar imagens à música.

Certo dia, com a explosão do mercado dos Dvd's, o meu pai traz um espectáculo gravado ao vivo do Roger Waters, a cantar material dos Pink Floyd e algumas das suas canções a solo. Foi a primeira vez que vi tocarem Pink Floyd, daí a minha associação com o senhor Waters. O segundo concerto que trouxemos para casa também era dele. Tratava-se daquele espectáculo melómano que foi o The Wall: Live In Berlin, que permanece ainda como a experiência musical ao vivo mais incrível que já vi. O meu fascínio aumentava cada vez mais.

Agora, uns bons anos passados, é que decido visitar a carreira a solo deste "showman" que coloca tons de produção grandiosa em tudo o que toca. Senão, vejamos a lista das suas aventuras:
Os links em cada canção são as respectivas letras, que acho que merecem ser apreciadas.

(1984) - The Pros & Cons Of Hitchhiking

A estreia a solo. Um álbum sobre uma viagem, não só física, como pelos sonhos e alucinações de um homem. Uma estranho primeiro passo, com certeza. Foi o primeiro que ouvi, e nunca mais me largou. Tem excelentes músicos a bordo, incluindo Eric Clapton, e a voz de Waters é algo desconfortante, mas torna-se um prazer maníaco ver como esta se esforça para cantar. E entre os diálogos e ruídos que colocam o ambiente, e as variações bruscas entre a calmaria e a tempestade, há aquele acorde da guitarra que nos persegue até ao fim do álbum.

5:06 AM - Every Stranger's Eyes




(1987) - Radio K.A.O.S.

Depois da estreia, o segundo álbum, subestimado, na minha opinião, dá seguimento aos "álbuns de conceito". Desta vez, encontramo-nos nos subterrâneos de uma rádio pirata em Los Angeles e no subconsciente de um homem que consegue ouvir ondas de rádio na cabeça. Destas vez, os sons que se captam na música (além da própria estrutura das canções, claro) vão desde vozes distorcidas, estática e código morse.

Radio Waves





(1992) - Amused To Death

Por fim, aquele que é o "concept album" de todos os "concept albuns". Afinal, o que pode ser maior que um conjunto de canções que retratam a existência humana de forma directa, quase brutal. O melhor álbum de Roger Waters, sem sombra de dúvida, e, se algum dia me pedissem para sintetizar a minha espécie numa canção, seria algo como isto:

It's A Miracle

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