Alguém ainda se lembra do Alvin e os Esquilos? Aquele desenho animado antigo que a maioria das pessoas com a minha idade deve ter visto no mítico Batatoon. Lembram-se? Precisam de refrescar a memória?
Está? Ok.
Agora imaginem o seguinte. Os Esquilos cresceram, já não são criancinhas. Aliás, até já passaram a complicada fase da puberdade e adolescência e conseguiram safar-se sem demasiados complexos ou desordens mentais. São jovens adultos, se assim quisermos. E, como o gosto pela música não esmoreceu, continuam a tocar juntos. Mas já não ensaiam aqueles "jingles" de desenho animado, oh não. São uma banda à séria. Sim, o que eu estou a querer dizer, no fundo, é isto.
Imaginem quel Alvin e os Esquilos se tinham tornado numa banda de rock'n'roll psicadélico.
O pessoal estava animado, pelo menos notava-se. ^^
Ficou a faltar Two More Years, ficou um gostinho a pouco no fim da Uniform, que era das que eu esperava mais ouvir, mas a Prayer cumpriu a sua função de se tornar um hino. E o resto foi muito bom.
Se por esta altura ainda não é do vosso conhecimento, os James são uma das minhas bandas predilectas, há já alguns anos.
Tal como quase todos os meus gostos que remontam a uma época mais ou menos distante, começou com os meus pais, que, por sorte, têm bom gosto e já ouviam James quando eu era só um rapazola. A coisa foi-se entranhando (tal como aconteceu com Pink Floyd, King Crimson, Talking Heads, e muitos outros) e maior parte das suas músicas estão hoje de tal modo encaixadas na minha cabeça, que quando as ouço, trazem-me uma sensação de nostalgia pelos tempos de infância, o que não acontece com as outras bandas que mencionei (pelo menos de forma tão forte). Talvez seja devido ao estilo musical particular da banda, as melodias carregadas de emoção, grande parte transportada pela voz especial do vocalista, Tim Booth.
A história deles também sempre me fascinou. Apesar de alguns sucessos, como “Sit Down”, ou “Born Of Frustration”, nunca conseguiram atingir o patamar maior, sempre foram subestimados, por vezes mesmo desprezados ou ignorados pela crítica e o grande público. Foi isso que os tornou numa banda de culto, com seguidores fiéis desde os tempos em que tocavam em pubs. São uma espécie de “underdogs” da cena musical, e isso dá-lhes um carisma todo especial, também.
Separaram-se em 2001, após a saída do Tim Booth, e um dos tesouros que tenho em casa é precisamente o concerto de despedida, em Manchester, terra natal, em frente a milhares de fãs, numa performance fantástica.
Agora, tudo isto apenas para celebrar o facto de a banda ter anunciado, como resultado da mais-que-bem sucedida mini-tour por Inglaterra e arredores (os bilhetes esgotaram nos dias em que foram postos à venda), o lançamento de um novo álbum de originais para 2008. Até lá, lançaram já uma nova colectânea, com todos os seus singles e duas novas canções. Não vão haver substituições, todos os membros estão felizes com a reunião. A minha forma de comemorar, como fã devoto (as minhas esperanças de os ver ao vivo reacenderam-se) é através deste post. Espero que apreciem. E se quiserem investigar mais sobre a sua história, vale a pena, está cheia de curiosidades interessantes: James
“It was a wrong number that started it, the telephone ringing three times in the dead of night, and the voice on the other end asking for someone he was not.”