Menina
Cresces-me pela espinha, menina, cresces-me pela espinha.
Largas-te nos meus ossos e marcas a tua vinha, tu cresces-me pela espinha,
Deixas-te nos meus lagos e forças-te nas minhas portas, tu nasces sozinha.
Vives no meu corpo e contas as razões,
Misturas venenos, preparas poções,
Bebes à saúde dos teus vilões.
Comes-me a alma, menina, não és divina,
Estalas os medos, dobras a esquina,
Metes-te nos dedos, estranha terrinha.
Metes-te nos olhos,
Metes-te nos lábios,
Metes-te na carne,
Metes-te onde não és chamada,
Metes-te pela calada,
Areia fininha.
Sai-te, malvada! Some-te! Pisga-te!
Não preciso das tuas paixões,
As sobras, já as tenho,
E as recordações.
1 comentário:
bem...tu não sei mas eu cá gosto imenso de ter seres a crescerem-me na espinha e no abdomen tambem ^^
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