sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde Robert Ford


Para mim, o primeiro bom filme de 2008.

O primeiro de uma fornada de westerns previstos para este ano é um documento filmado da morte do fora-da-lei lendário Jesse James, pela mão do antigo companheiro Robert Ford, que o admirava e respeitava como um herói (tal como o fazia maior parte da América). Quem vai à procura de acção, tiroteio, bandidos ou duelos deve ficar desiludido. Tanto pela duração do filme (perto de três horas), como pelo andamento vagaroso com que se arrasta, meditando sem pressas, deixando-se assentar na sala e nos nossos sentidos. Não é, decididamente um filme de acção. É mais parecido com uma tese, ou um tratado sobre os acontecimentos do dia 3 de Abril de 1882, quando Jesse foi alvejado, e tudo o que veio antes que levou Robert a enfrentar a terrível decisão. Estende-se, depois disso, ao destino de Ford, visto por todo o país não como um herói que pôs fim ao reinado de assaltos a comboios de Jesse, mas como um verme cobarde da pior espécie, que matou um Robin Hood americano. E ainda por cima pelas costas.

É um belíssimo filme, e a sua duração fora dos limites que seriam de esperar para um público da era imediata e do consumo rápido passou-me completamente despercebida. O produtor/protagonista Brad Pitt afirmou que o filme teve muitas versões antes desta, sendo a sua preferida a de 4 horas, e acredito que essa teria sido também interessante de se ver. O ritmo do filme dá atenção aos sons mais subtis, como a erva das pradarias a agitar-se ao vento, ou alguém a cantar ao fundo, enquanto a acção decorre e é preciso olhar para as paisagens maravilhosas a céu aberto com um espírito relaxado, ou o resto do filme falha quando essa paz é interrompida, de tempos a tempos, com cenas extraordinariamente bonitas (a chegada da locomotiva, no início, é a minha preferida). As prestações de todo o elenco são carregadas, chega-se a um ponto em que parece que todas as falas são sussuradas com entoação grave, e os olhares são expressivos, cruéis no velho Jesse James, e inquietos no jovem Ford. A tensão é de cortar à faca quando ambos estão em cena. E é assim até ao fim. Sou o primeiro a admitir que fiquei surpreso por o Brad Pitt a representar me causar arrepios. E o Casey Affleck é espantoso, um rapazolas tão frágil que lhe conseguimos sentir o medo e a insegurança.

Os conselhos que posso dar são: deixem a ilusão de que este é um filme sobre a fama e o querer ser famoso em casa, vão ver apenas um artigo histórico sobre uma personagem amada e outra odiada com tal intensidade que este seu teatro ainda continua a fazer tremer qualquer coisa cá dentro. E vejam um bom filme.

4 comentários:

euphrosyne disse...

ainda nao vi *.*
ando a falhar lol

Anónimo disse...

Concordo com tudo o que foi escrito.
É um excelente filme e está incrivelmente bem feito. É daqeles filmes que dá gosto voltar a ver, vai ficar como um clássico (espero eu).

O Casey Affleck, para mim, foi a grande revelação...

Anónimo disse...

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