sábado, 15 de dezembro de 2007

Animal Collective - Peacebone


Posso ter implicado com a canção, mas continua a ser dos melhores vídeos que vi em 2007.






Scary, too.

domingo, 4 de novembro de 2007

Her Majesty, The Decemberists

Ao vivo em Detroit. Que apropriado. ^^


The Decemberists - Red Right Ankle




This is the story of your red right ankle
And how it came to meet your leg
And how the muscle bone and sinews tangled
And how the skin was softly shed
And how it whispered,
"Oh, adhere to me for we are bound by symmetry
And whatever differences our lives have been
We together make a limb"
This is the story of your red right ankle


This is the story of your gypsy uncle
You never knew cause he was dead
And how his face was carved an ripped with wrinkles
In the picture in your head
And remember how you found the key
To his hide-out in the Pyrenees,
But you wanted to keep his secret safe,
So you threw the key away?
This is the story of your gypsy uncle


This is the story of the boys who loved you
Who love you now and loved you then
And some were sweet and some were cold and snuffed you
And some just layed around in bed
And some, they crumbled you straight to your knees
Did it cruel, did it tenderly
Some they crawled their way into your heart
To rend your ventricles apart
This is the story of the boys who loved you
This is the story of your red right ankle


sábado, 27 de outubro de 2007

Is That All There Is?




Is That All There Is? - Peggy Lee


I remember when I was a very little girl, our house caught on fire.
I'll never forget the look on my father's face as he gathered me up
in his arms and raced through the burning building out to the pavement.
I stood there shivering in my pajamas and watched the whole world go up in flames.
And when it was all over I said to myself, "Is that all there is to a fire?"


Is that all there is, is that all there is
If that's all there is my friends, then let's keep dancing
Let's break out the booze and have a ball
If that's all there is


And when I was 12 years old, my father took me to a circus, the greatest show on earth.
There were clowns and elephants and dancing bears.
And a beautiful lady in pink tights flew high above our heads.
And so I sat there watching the marvelous spectacle.
I had the feeling that something was missing.
I don't know what, but when it was over,
I said to myself, "is that all there is to a circus?


Is that all there is, is that all there is
If that's all there is my friends, then let's keep dancing
Let's break out the booze and have a ball
If that's all there is



Then I fell in love, head over heels in love, with the most wonderful boy in the world.
We would take long walks by the river or just sit for hours gazing into each other's eyes.
We were so very much in love.
Then one day he went away and I thought I'd die, but I didn't,
and when I didn't I said to myself, "is that all there is to love?"


Is that all there is, is that all there is
If that's all there is my friends, then let's keep dancing

I know what you must be saying to yourselves,
if that's the way she feels about it why doesn't she just end it all?
Oh, no, not me. I'm in no hurry for that final disappointment,
for I know just as well as I'm standing here talking to you,
when that final moment comes and I'm breathing my lst breath, I'll be saying to myself:


Is that all there is, is that all there is
If that's all there is my friends, then let's keep dancing
Let's break out the booze and have a ball
If that's all there is

domingo, 7 de outubro de 2007

God hates freaks.

"That doesn't sound like God..."

5 razões pelas quais estou viciado em Robot Chicken.


5. -




4. -




3. -




2. -




1. -




Ok, 6...

sábado, 6 de outubro de 2007

Poor Leno / Remind Me


Sempre a nostalgia.




Poor Leno
Where you'll be, I'll go
Where you'll be, I'll know
Where you'll be, I'll find you......
(repeat)

Poor Leno
Where you'll be, I'll go
Where you'll be, I'll know
Where you'll be, I'll find you.....
(repeat)

Poor Leno
Where you'll be, I'll go
Where you'll be, I'll know
Where you'll be, I'll find you

Poor Leno
Have you due in time
Reunite as one
Please, I almost find you

Poor Leno
Where you'll be, I'll go
Where you'll be, I'll know
Where you'll be, I'll find you

Poor Leno
Have you due in time
Reunite as one
Please, I almost find you......






Will remind, will remind, will remind me,
Will remind, will remind, will remind me,
Will remind, will remind, will remind me,
Will remind, will remind, will remind me.

It's only been a week,
The rush of being home in rapid fading.
Prevailing to recall
What I was missing, all that time in England

Has sent me aimlessly,
On foot or by the help of transportation,
To knock on windows where
A friend no longer live, I had forgotten.

(chorus)

And everywhere I go,
There's always something to remind me
Of another place and time
Where love that travelled far had found me.

We stayed outside til two,
Waiting for the light to come back,
But hid in talk I knew,
Until you asked what I was thinking.

(chorus)

Brave men tell the truth,
A wise man's tools are analogies and puzzles,
A woman holds her tongue,
Knowing silence will speak for her.

So now I'll never know,
As you will only sleep beside me,
And everywhere I go...

(chorus)
(repeat)

It's only been a week,
(Will remind, will remind, will remind me,)
The rush of being home in rapid fading.
(Will remind, will remind, will remind me,)
Prevailing to recall
(Will remind, will remind, will remind me,)
What I was missing all that time in England
(Will remind, will remind, will remind me.)

Has sent me aimlessly
(Will remind, will remind, will remind me,)
On foot or by the help of transportation,
(Will remind, will remind, will remind me,)
To knock on windows where
(Will remind, will remind, will remind me,)
A friend no longer live, I had forgotten.
(Will remind, will remind, will remind me.)


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Tonto & Seahorse

Só um pequeno post para falar de duas grandes (em todo o sentido da palavra) canções que me têm dado um gozo imenso nos últimos tempos.

Para começar, voltamos ao álbum de estreia dos Battles, Mirrored, que dividiu muito boa gente sobre o propósito e qualidade desta música. Digo, sem reticências, que estou no lado dos que gosta. O álbum deu-me um gozo enorme do princípio ao fim quando o ouvi pela primeira vez. As melhores definições que encontrei para esta música foram "electrónica com guitarras" e "melodia intelectual", e não me acanho de empregar ambas sempre que posso. Bem, o segundo single do álbum, depois do Atlas, é precisamente a música que me fez baixar os braços e render aos Battles, e a um dos álbuns mais interessantes deste ano, na minha opinião. Estou a falar de Tonto.



O vídeo foi imaginado por uns senhores da UVA (United Visual Artists), celebrados pelos seus trabalhos com luzes, como se pode bem verificar.

O outro vídeo é do hippie mais porreiro de todo o estado do Texas, com um álbum mui aclamado há dois anos, Cripple Crow e com o novo Smokey Rolls Down Thunder Canyon (haverá título mais delicioso?). Ouvi-o com algum descrédito a princípio, nos primeiros pares de canções, que me pareceram ou fracamente gravadas ou desinspiradas, mas houve uma que surgiu mais ou menos a meio da audição, e soava algo assim:



A partir daí, compreendi finalmente o disco, e pude apreciá-lo (verdade seja dita, também melhora muito a partir deste ponto) em todo o seu esplendor. Principalmente as faixas Rose, Bad Girl e Shabob Shalom. O registo de voz está muito diferente, ainda com as características próprias do Devendra, claro, mas num tom ligeiramente abaixo dos outros álbuns. É mais.. subtil, se fôr essa a palavra que procuro. Nada como ouvirem.

E é tudo, bom fim-de-semana!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Nostálgicos

Cresci a ouvir isto vezes sem conta sem saber quem era esta gente.


Prefab Sprout -
Appetite






Mercury Rev -
Opus 40






Manic Street Preachers -
If You Tolerate This Your Children Will Be Next



terça-feira, 28 de agosto de 2007

Amougies





"... Em Dezembro, o «Fluido Cor-de-Rosa» é pelo terceiro ano consecutivo, hóspede de Théatre 1940 de Bruxelas. Antes de voltar a atravessar a Mancha, o grupo dirige-se para o monte de l'Enclus, perto de Amougies, uma aldeia do sul da Bélgica, onde se desenrolará o grande festival pop de Paris, proibido pelo presidente da Câmara da «Gay Paris». O mestre de cerimónias é Frank Zappa. O seu contrato estipulava que tinha de tocar com todos os conjuntos presentes. Por isso, juntou-se aos Pink Floyd em «Interstellar Overdrive».
«Na altura da improvisação tocou sobre um só acorde durante vinte minutos» (D. Gilmour)."
- do livro "Pink Floyd", de Jean-Marie Leduc, Colecção Rock On , Editora Centelha


Estamos no Amougies Pop and Jazz Festival de 1969. Um mega-festival que incluiu nesta edição mítica bandas como os Yes, Colosseum, Soft Machine e grandes senhores do calibre de um Archie Shepp e Captain Beefheart. Mas, acima de tudo, o único lugar da Terra onde um público ansioso de psicadelismo teve a chance de ver (e ouvir), no mesmo palco, Frank Zappa e os Pink Floyd, na altura acabados de gravar o misterioso Ummagumma.


Aqui deixo à disposição, se é que ainda não ouviram, um ficheiro bootleg do dito espectáculo, que inclui três músicas (embora, oficialmente, Zappa só tenha comparticipado na primeira, Interstellar Overdrive, as restantes continuam a ser um óptimo documento de um concerto dos Pink Floyd). Sendo um bootleg, claro que a qualidade é duvidosa, incluindo variações de volume, som de fritadeira, distorção, e outros defeitos sonoros familiares. Ainda assim, como curiosidade tem algum valor para os fãs e não só. Um testemunho do momento em que dois dos maiores artistas da altura e de sempre pisaram juntos o palco.

O ficheiro pode ser descarregado aqui.

A track-listing inclui:
1. - Interstellar Overdrive (12:45)
2. - Green Is The Colour (04:15)
3. - Careful With That Axe, Eugene (09:30)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Case Study: LSD

domingo, 19 de agosto de 2007

Dave & John



O clube do 22 de Novembro, como os nossos pais o chamavam, formou-se numa noite como esta, de ar húmido e saturado, no alpendre da minha antiga casa mesmo á beira do rio. Eu estava sentado junto á lareira, numa poltrona de pele vermelha, naquele que era o meu cantinho predilecto para colocar a leitura em dia. Ali, aventurava-me nos romances famosos, como A Ilha do Tesouro, A Máquina do Tempo, As Viagens de Gulliver, e outros clássicos cujas loucuras da juventude não me haviam deixado desfrutar no tempo devido.

- Tudo bem. – pensava para comigo. – Uma boa história nunca chega tarde demais.

Mal eu sabia a verdade nas minhas palavras, nessa noite. Qual profecia escrita na pedra, tornaram-se um lema para o resto dos meus dias.

Sentado no meu canto, aconchegado, folheava lentamente, uma a uma, as páginas da minha mais recente pesquisa literária. Tratava-se de uma cópia, muito velha, da obra-prima desse poeta louco, Jack Kerouac, Pela Estrada Fora. Passara por muito, o pobre livro, e já tinha as páginas amarelecidas e um pouco rasgadas quando o encontrei numa antiga arca dos meus pais. Agora, lia-o maravilhado, com dezenas de personagens que desfilavam diante de mim, cada uma mais insana e fascinante que a última. Entrava eu no sétimo capítulo quando ouvi pancadas na porta.

Levantei a cabeça, alerta, e ouvi-as de novo. E mais uma vez, ainda antes de me poder soerguer. Quem quer que fosse, era impaciente. Não teve chance de bater outra vez, pois escancarei a porta velozmente. Lá fora estava um rapaz da minha idade, sujo, e vestido apenas com uns jeans e uma t-shirt branca. Aos seus pés, um saco de viagem esfolado, cheio até ás costuras. Trazia na cara um sorriso gozão e uns olhos cravados da falta de sono.

- Ei, John! Como vão as coisas?

Olhei para o rapaz com ar indiferente, mas cauteloso. Fosse quem fosse, sabia o meu nome. Tornei a analisá-lo, de alto a baixo, e consegui formar um pensamento, uma memória, mas estava atolada em lixo burocrático na confusão em que havia transformado a minha cabeça. Não tinha chance de ver claridade. A menos que…

Sem hesitar, ou sequer mostrar receio pela minha falta de hospitalidade, o estranho retirou um cigarro do bolso das calças, segurou-o com dois dedos e encostou-o à testa.

- Dave? – exclamei.

Ele sorriu em resposta.

- Meu Deus!

- Estava a ver que te tinhas tornado lerdinho, John. Ainda bem que não. Não fazes ideia da quantidade de pessoas que me vê e age como idiotas. Algumas nem são tão estúpidas como querem parecer, se me entendes. – e sorriu novamente.

- Desculpa, mas é que… Eu não te vejo há o quê? 3 anos?

- Por volta disso. Vejo que te livraste dos óculos. Pareces outra pessoa.

- Tu também. Que barba é essa?

- Gostas? Surgiu da noite para o dia. Deve mais á falta de higiene que às tendências da moda, garanto-te. – e riu-se, apenas para mudar de expressão quase imediatamente – Ouve John, não vou mentir-te. Por mais que gostasse de ter vindo visitar-te pela nossa amizade, a verdade é que preciso de abrigo para esta noite, e tu foste das únicas pessoas que não mudou de casa desde que o grupo se separou, por isso… Seria óptimo se eu pudesse dormir por aqui, só por esta noite.

Olhámo-nos em silêncio durante uns instantes. Acho que mesmo sem aquele pedido atabalhoado eu o teria convidado para entrar. Ainda admirava aquele profeta demasiado para lhe negar abrigo.

Entrou e sentou-se na minha velha poltrona, delicadamente. Interessava-lhe o que andava a ler, encorajou-me a não interromper só pela sua chegada. Não lhe dei ouvidos, nessa altura já estava a destrancar o quarto de hóspedes para o alojar, enquanto ele me gritava da sala.

- Não preciso de mordomias, John! A sério. Eu posso dormir em qualquer lado, no sofá, ou no chão! O único sítio onde não quero dormir é lá fora, porque não estive fora o tempo suficiente para esquecer o que esta cidade tem de pior.

Apesar disso, colocou o saco no quarto, ao lado da cama, e ajudou-me a fazê-la. Agradeceu-me e perguntou de tinha algo para comer. Fui até á cozinha e consegui desencantar os restos do meu jantar, frango, que ele devorou avidamente, mas sem esquecer as boas maneiras. Convidou-me a sentar-me á mesa com ele, para conversarmos.

- Ainda te lembras da última vez que estivemos juntos?

- Claro. Foi na festa da Leia.

- Rapaz! É verdade! E que grande loucura! Lembro-me perfeitamente! A nossa banda estava lá para tocar mas no fim da noite estávamos tão bêbados que nem conseguíamos pegar nos instrumentos! Ah Ah Ah! Que imbecis que éramos!

Ria-se como um maníaco, lançando grandes gritos a plenos pulmões.

- E a Leia vomitou em cima dos pais, quando chegaram a casa. – disse-lhe.

- Ah Ah! Isso foi impagável! Deves-te lembrar melhor disso que eu, John! Por essas horas já eu devia estar fora de serviço!

- Surpreendentemente não – sorri. – Creio que estavas fechado na casa de banho com a Mary Ann.

- Meu Deus! Lembras-te de tudo! É verdade, sim senhora! Mas ao contrário do que possas pensar, nunca cheguei ao pódio com ela. O que aconteceu foi que estávamos ambos tão bêbados que adormecemos por cima da sanita. Aposto que as histórias que ouviste soavam diferentes, mas é esta a verdade. A pobre rapariga nunca conseguiu desmistificar isso.

- Nunca mais ouvi notícias dela.

- Eu sim. Fechou-me a porta na cara quando lhe apareci à frente há cerca de dez dias. Foi uma das piores desilusões.

O silêncio instalou-se com isto. Dave já tinha acabado de dissecar o frango e olhava para mim fixamente.

- O que andas a fazer, afinal, Dave? – atirei-lhe.

- Muita coisa ao mesmo tempo, John. A minha cabeça não pára de trabalhar e isso está-me a deixar doido. Tenho de escoar as ideias, John. Reiniciar o sistema, percebes? Começar do zero.

Ninguém falou. Passado um momento, Dave levantou-se e foi atirar os restos de comida para o lixo e colocou o prato no lava-loiça.

- Vou dormir, John. Se soubesses como estou cansado... Desculpa por te pedir as coisas desta forma, mas prometo-te uma passagem breve pela tua vida, está bem? Amanhã, por esta hora, serei um fantasma ou uma ilusão e em poucos meses, nem te vais recordar que estive aqui. Com alguma sorte, nem eu…

O que lhe havia eu de responder?

- Boa noite, Dave.

- Boa noite, John.

E com isto, afastou-se e ouvi-o fechar a porta do quarto de hóspedes. Voltei o olhar para o livro do Jack, pendurado na poltrona, apaguei as luzes e fui dormir.

domingo, 29 de julho de 2007

Vídeo: Bat For Lashes - What's A Girl To Do



Até agora, na minha opinião, um dos vídeos mais interessantes deste ano. Muito inspirado pelo universo do Donnie Darko, o que só lhe dá mais pontos.

A senhora é Natasha Khan, a.k.a., Bat For Lashes, que lançou um álbum no ano passado, curiosamente no meu dia de anos. Fur and Gold, se não me engano, chegou agora às nossas lojas, talvez mereça uma audição.






Ainda com a mão na massa, há um outro vídeo, menos conseguido, do mesmo álbum. Podem vê-lo aqui se tiverem curiosidade.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Wuuuu-huuuuu


A canção do ano.





Ou...posto de outra forma:




"
never mind album of the year, this is one of the albums of the decade. kevin barnes is the outstanding songwriter of our day - and a brian wilson, eno, bowie, lydon, reed, iggy.... in one package. this is where pop music is at now - ignore it at your peril.


and to all who say the earlier stuff is better - i have 6 words -


the past is a grotesque animal"


by azfad, in RYM: of Montreal - Hissing Fauna, Are You The Destroyer?

sábado, 7 de julho de 2007

On Interpol



Sou uma pessoa muito suspeita para dizer seja o que fôr sobre os Interpol. O meu primeiro contacto com eles foi o Antics, só depois ouvi o Turn On The Bright Lights e, durante um breve período de adaptação, continuava a achar este último inferior.

Depois deixei-o assentar. Compreendi o sentimento, os antí-clímaxes das melodias, as histórias de metrópole desacreditada, as personagens (algumas anónimas, outras chamadas Stella ou Roland, sobreviventes numa cidade que não os compreende). Há uma claustrofobia neste álbum, uma melancolia. Raras são as vezes que uma banda se junta e consegue reunir, à primeira tentativa, tanto a inspiração acumulada em Nova York, como a técnica instrumental mais que competente para transmitir a mensagem. Por isso é que os Interpol se tornaram uma banda especial, uma revelação para muitos.

Claro, com esse "hype" chegam muitas outras críticas. As comparações com bandas como os Joy Division são conhecidas há muito, mas não quero realmente debater aqui esses aspectos. Basta-me saber que os Interpol são uma banda diferente dos Joy Division. Nem melhor, nem pior, e decididamente não são uma cópia. A prova desta minha convicção está no facto de gostar de Interpol, mas não gostar de Joy Division.

O que fazer depois de um álbum de estreia mais-que-bem sucedido? Um álbum celebrado pela crítica, um objecto de culto para fãs dedicados? Para os Interpol, a resposta parece ter sido: conquistar mais mercado, espalhar a nossa música a mais pessoas. Com isso em mente, editaram o Antics, o álbum amigável que vendeu consideravelmente, apenas desiludindo um pouco os que esperavam mais. No fundo, acho que essas mesmas pessoas sabiam que seria muito difícil bater a estreia, por isso não houve muita revolta.

Ao terceiro disco, parecem já não ter desculpa. Tiveram tempo suficiente para pesar os seus dois registos anteriores, decidir o que fazer a seguir. O resultado é Our Love To Admire, que fica outra vez aquém das expectativas, e pode mesmo significar o divórcio de muitos fãs da banda, porque parece-se demais com Antics e por outro lado, situa-se entre este e TOTBL, mas parece que nunca se decide para que lado quer ir.

Melhor ainda, não está entre eles, mas é antes um terceiro indivíduo com traços dos seus progenitores. Contudo, é também demasiado desorganizado e imaturo. Não é que tenha más canções, mas o álbum, objecto em si, não flui. As canções são bem formadas, têm todos os elementos que caracterizam os Interpol, até algumas variações, não é uma questão de a fórmula estar estagnada. Ou talvez seja, mas não acredito sinceramente que os Interpol, dada a escolha que fizeram de estilos e sonoridade, consigam evoluir bruscamente sem se tornarem uma banda completamente diferente. Por outro lado, nunca mais conseguiram a mesma poesia e emoção de TOTBL, e cada vez mais parece que cantam sobre algo em que já não se inserem. Tanto em Antics, e agora mais fortemente em Our Love To Admire, mascaram-se da banda que foram quando surgiram, e tentam actuar essas personagens, quando no fundo já as ultrapassaram e não as conseguem recuperar. Na verdade, há uma grande diferença entre rapazes que escrevem canções sobre a cidade onde vivem e estrelas rock que escrevem sobre si mesmos há anos atrás.

Apesar de tudo, estive no SuperBock SuperRock e gostei do concerto que deram. Foi um concerto competente, não foi um espectáculo encenado como os Arcade Fire, ou um "gig" como os Klaxons. Tocaram o que deviam tocar, até mais do primeiro álbum do que eu estava á espera, escolheram as músicas certas do Antics, e não tentaram empanturrar-nos com o novo álbum, apenas algumas (bem) seleccionadas.

Um último comentário. Eu gosto do novo álbum, pelo menos tanto como gosto do Antics, obviamente menos do que TOTBL, mas ainda assim é um registo competente de música e hei-de continuar a ouvi-lo espaçadamente ao longo do tempo. Há, contudo, um momento que acho verdadeiramente bonito no álbum, como se os Interpol não tivessem medo de experimentar algo novo, um vislumbre daquilo para que poderiam (e podem) evoluir. ÉR uma música arriscada, e talvez por isso tenha sido adiada para o fim do álbum, onde, aliás, se encaixa na perfeição. Estou a falar da The Lighthouse.


Interpol - The Lighthouse


quinta-feira, 21 de junho de 2007

Medical Mechanica


Imaginem que acordam todos os dias numa cidade industrial, onde nada acontece e as mesmas pessoas fazem as mesmas coisas, exactamente aquilo de que estavam á espera. Têm 12 anos, o vosso irmão mais velho "pirou-se" para a América, onde é uma estrela de Baseball, o vosso pai um pervertido solteirão que publica revistas de má-língua e a escola é uma seca. Todos os dias, depois das aulas, vais treinar para um descampado, talvez fiques um craque também, talvez consigas sair deste sítio. A ex-namorada do teu irmão segue-te para todo o lado, sussurra-te ao ouvido, faz-te coisas estranhas, sabes que deve ser louca, mas não a contrarias, pelo menos é algo fora da norma, da rotina, ao contrário daquelas gigantescas nuvens de fumo que a fábrica no centro da cidade cospe todos os dias, à mesma hora.


"Nothing amazing ever happens here."



Esse zumbido que ouves é só o motor de uma Vespa amarela. Vai em excesso de velocidade.



As pancadas metálicas vêm de uma "bass-guitar" a embater contra o chão de granito. Estão a aproximar-se.




Pensas que ouves música a tocar no background. Não a reconheces, mas é rock'n'roll, e toda a cena parece mover-se a esse ritmo frenético, cada vez mais forte, mais rápido.




Levantas-te do chão e olhas em frente.




Pang!


The Pillows - Advice




E quando dão por isso têm uma alienígena caçadora de prémios a viver na vossa casa e saem robots da vossa testa.


Bem-vindos ao autêntico Furi Kuri.




Há uma série de anime perfeita, e é esta.

Não se arrasta durante centenas de episódios, só tem 6. Não se esconde, nem ás eventuais falhas de narrativa, por trás de conceitos genéricos e fantasiosos, em vez disso, mistura-se, ilude o espectador enquanto se espreme por entre quase todos os géneros para criar um produto esquizofrénico e irresistível.

Não precisa de se apoiar em grandes modas culturais para ter sucesso entre o público, mas não se inibe de pegar nelas e fazer malabarismos, goza com cada uma e depois deita-a fora como se não lhe interessasse.


É um pouco estranho falar assim de uma série de televisão, mas que querem? Estou apaixonado por um anime. ^^



Um pouco mais (porque onde estaria todo este Furi Kuri sem os the pillows):
Ride On Shooting Star
Little Busters
Come Down
CARNIVAL

(os acordes mais doces que já ouviram)

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Primer




Ontem fui surpreendido quando vi que este filme ia passar no Lusomundo Action. Surpreendido pela positiva, porque estava na minha lista de "must-sees" e confuso por um filme independente e, no geral, calminho, para pensar, ir dar no Lusomundo Action.

Não é fácil de ver, e o que li sobre ele preparou-me para isso mesmo. Antes de mais, é um daqueles filmes que conhecemos pela reputação que atingiram. Ora vejamos, premiado em Sundance (o que é, admito, um critério que me desperta logo a curiosidade), realizado por um herói indie, um indivíduo pouco ou nada relacionado ao cinema que escreve, realiza, protagoniza, compõe a música e consegue criar um filme pela módica quantia de 7000 dólares. Antes de mais, uma vénia a Shane Carruth.

Agora, em relação ao filme.

É um puzzle de ficção científica, mas sem efeitos especiais, explosões, extraterrestres, ou sequer um computador. Em vez disso, há uma caixa. Uma caixa criada por dois engenheiros que se juntam na garagem de um deles regularmente, na esperança de criar a invenção que os deixará ricos e os livrará dos empregos entediantes e da vida de classe média. Então, eles inventam uma caixa.

Mas o que faz a caixa? Algo especial. Algo que não era suposto fazer, ou, pelo menos, que os seus criadores não sabem como o faz. Mas não hesitam em usá-la.

É um autêntico puzzle, porque nunca facilita nada a quem o vê. Os diálogos são numa linguagem própria de engenheiros (o próprio Shane é um engenheiro quando não está a fazer filmes), muito técnica, e há saltos de narrativa bruscos. No entanto, a história permite um certo seguimento, que é o que nos dá esperança. Formulamos teorias, sentimo-nos atraídos com o conceito do filme (excelente) e estimulados com a forma quase "caseira" com que é filmado.

O trailer não diz grande coisa sobre a história, mas desconfio que qualquer promoção ao filme ficaria aquém do resultado desejado.




E o que faz a caixa? Ah pois....

terça-feira, 29 de maio de 2007

Battles




Quem são os Battles? Como defini-los?

Ok, vamos tentar um exercício.

Alguém ainda se lembra do Alvin e os Esquilos? Aquele desenho animado antigo que a maioria das pessoas com a minha idade deve ter visto no mítico Batatoon. Lembram-se? Precisam de refrescar a memória?




Está? Ok.


Agora imaginem o seguinte. Os Esquilos cresceram, já não são criancinhas. Aliás, até já passaram a complicada fase da puberdade e adolescência e conseguiram safar-se sem demasiados complexos ou desordens mentais. São jovens adultos, se assim quisermos. E, como o gosto pela música não esmoreceu, continuam a tocar juntos. Mas já não ensaiam aqueles "jingles" de desenho animado, oh não. São uma banda à séria. Sim, o que eu estou a querer dizer, no fundo, é isto.

Imaginem quel Alvin e os Esquilos se tinham tornado numa banda de rock'n'roll psicadélico.

Podem ler outra vez, se quiserem.


Ok? Estão a seguir-me?


Apresento-vos os Battles:

Atlas



^^

E eu ando viciado no álbum deles, primeiro, Mirrored, deste ano.

http://www.myspace.com/battlestheband

sábado, 26 de maio de 2007

just put you lips together

Esta canção tem "aquilo".

sábado, 19 de maio de 2007

We're having a Bloc Party




Grande show.

O pessoal estava animado, pelo menos notava-se. ^^

Ficou a faltar Two More Years, ficou um gostinho a pouco no fim da Uniform, que era das que eu esperava mais ouvir, mas a Prayer cumpriu a sua função de se tornar um hino. E o resto foi muito bom.



Tulips




E vá, já que não a tocaram:


Two More Years







quinta-feira, 17 de maio de 2007

Menina




Cresces-me pela espinha, menina, cresces-me pela espinha.


Largas-te nos meus ossos e marcas a tua vinha, tu cresces-me pela espinha,
Deixas-te nos meus lagos e forças-te nas minhas portas, tu nasces sozinha.


Vives no meu corpo e contas as razões,
Misturas venenos, preparas poções,
Bebes à saúde dos teus vilões.


Comes-me a alma, menina, não és divina,
Estalas os medos, dobras a esquina,
Metes-te nos dedos, estranha terrinha.


Metes-te nos olhos,

Metes-te nos lábios,

Metes-te na carne,

Metes-te onde não és chamada,

Metes-te pela calada,


Areia fininha.


Sai-te, malvada! Some-te! Pisga-te!
Não preciso das tuas paixões,
As sobras, já as tenho,


E as recordações.

sábado, 5 de maio de 2007

Laid


Se por esta altura ainda não é do vosso conhecimento, os James são uma das minhas bandas predilectas, há já alguns anos.

Tal como quase todos os meus gostos que remontam a uma época mais ou menos distante, começou com os meus pais, que, por sorte, têm bom gosto e já ouviam James quando eu era só um rapazola. A coisa foi-se entranhando (tal como aconteceu com Pink Floyd, King Crimson, Talking Heads, e muitos outros) e maior parte das suas músicas estão hoje de tal modo encaixadas na minha cabeça, que quando as ouço, trazem-me uma sensação de nostalgia pelos tempos de infância, o que não acontece com as outras bandas que mencionei (pelo menos de forma tão forte). Talvez seja devido ao estilo musical particular da banda, as melodias carregadas de emoção, grande parte transportada pela voz especial do vocalista, Tim Booth.

A história deles também sempre me fascinou. Apesar de alguns sucessos, como “Sit Down”, ou “Born Of Frustration”, nunca conseguiram atingir o patamar maior, sempre foram subestimados, por vezes mesmo desprezados ou ignorados pela crítica e o grande público. Foi isso que os tornou numa banda de culto, com seguidores fiéis desde os tempos em que tocavam em pubs. São uma espécie de “underdogs” da cena musical, e isso dá-lhes um carisma todo especial, também.

Separaram-se em 2001, após a saída do Tim Booth, e um dos tesouros que tenho em casa é precisamente o concerto de despedida, em Manchester, terra natal, em frente a milhares de fãs, numa performance fantástica.

Agora, tudo isto apenas para celebrar o facto de a banda ter anunciado, como resultado da mais-que-bem sucedida mini-tour por Inglaterra e arredores (os bilhetes esgotaram nos dias em que foram postos à venda), o lançamento de um novo álbum de originais para 2008. Até lá, lançaram já uma nova colectânea, com todos os seus singles e duas novas canções. Não vão haver substituições, todos os membros estão felizes com a reunião. A minha forma de comemorar, como fã devoto (as minhas esperanças de os ver ao vivo reacenderam-se) é através deste post. Espero que apreciem. E se quiserem investigar mais sobre a sua história, vale a pena, está cheia de curiosidades interessantes: James


Tomorrow





Johnny Yen





God Only Knows




Getting Away With It (All Messed Up)





that's the living... ^^

sábado, 28 de abril de 2007

Earth Intruders

Uau.





We are the earth intruders
We are the earth intruders
Muddy with twigs and branches

Turmoil!
Carnage!

Here come the earth intruders
We are the paratroopers
The beat of sharpshooters
Comes straight from voodoo

With our feet thumbing
With our feet marching
Grinding the skeptics into the soil

Shower of goodness coming to end the doubt—pouring over
Shower of goodness coming to end

We are the earth intruders
We are the sharpshooters
Flock of parachuters
Necessary voodoo

I have guided my bones through some voltage
And love them still
And love them too

Metallic
Carnage
Furiousity
Feel the speed!

We are the earth intruders
We are the sharpshooters,
Flock of parachuters
Necessary voodoo

There is turmoil out there
Carnage! Rambling!
What is to do but dig
Dig bones out of earth

Mud graves
Timber
Morbid trenches

Here come the earth intruders
There’ll be no resistance
We are the cannoneerers
Necessary voodoo

And the beast with many heads and arms rolling
Steamroller!


Forgive this tribe!

We are the earth intruders
Muddy with twigs and branches
Marching!

March

March

March

We are the earth intruders
Muddy with twigs and branches
Marching voodoo!

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Nada a declarar. E você?



Hoje acordei e senti-me normal.


Fechei os olhos novamente e esfreguei a face, não fosse eu enganar-me e andar a perder tempo a acordar em sonhos traiçoeiros. Quando os abri, ainda lá estava aquela sensação, aquela normalidade. E o cansaço? A preguiça de uma segunda-feira de manhã? E a revolta? Raios! Nem contra a minha condição de pessoa normal me conseguia revoltar! E a angústia? De ir trabalhar, para um emprego odioso, de apanhar autocarros, comboios, apinhados de gente mal-disposta e, definitivamente, nada normal.


Nada. Nem uma pontinha de desconforto, de alegria imbecil, optimismo ingénuo, nada.


Sem nenhum queixume, levantei-me da cama e avancei para encarar o espelho. Até o meu reflexo era neutro, indistinto. Era eu, sabia-o, mas desejava que não fosse. Olhem para mim. Se desviasse agora o olhar, não me passariam pela cabeça cinco adjectivos para definir o meu rosto.


- Quem é aquele ali a escovar os dentes por cima do lavatório?


Não sei.


- E o outro que se penteia em gestos mecânicos, com um velho pente de marfim?


Também não conheço. Mas tem mau aspecto, o magano.


Ao pequeno-almoço, a comida não me pareceu pesada na boca, ou enjoativa. Mastigar aqueles cereais de aveia já não era uma função biológica essencial, era uma tarefa. Dei por mim a contar o número de colheradas que levava à boca e parei quando faltava uma pequenina poça de papa lamacenta no fundo da tigela. Era a mesma poça que tinha esfregado e deitado cano abaixo no dia anterior, mas cá estava ela de volta. E o chato é que me gozava, sabia que eu não a conseguia comer, que o meu instinto mecânico estava programado para a deixar ali, a secar todo o dia no lava-louça, até eu chegar à noite a casa.


Não deixava de ser curioso. E estivesse eu menos normal do que me sentia, era capaz de a ter tragado, só pelo sentimento de vingança mesquinha.


Ainda cheguei a vestir-me, normalmente, mas foi quando abotoava os punhos da camisa que me apercebi que hoje não ia sair para trabalhar. Como podia? Assim como me sentia (se é que sentia, será a normalidade um estado? Ou a ausência de outras tantas formas de estar?) ainda era capaz de passar um dia normal, sem incidentes, operar as máquinas (as outras), almoçar na cantina, contar piadas aos colegas. Como é que eu ia encarar isso?


Peguei no telefone e meditei alguns segundos, com o auscultador na mão. Podia telefonar a dizer que estou doente, que me acorreu um surto de… de quê?! Ou antes, telefono e digo que está tudo bem, mas hoje não vou poder trabalhar porque não fui atacado por qualquer espécie de enfermidade ou mal-estar. Havia de pegar, essa!

Pousei o aparelho. Dirigi-me à sala de estar. Tudo lá dentro me pareceu normal. Olhei pela janela. Normal. Acendi a televisão. Normal. Liguei a rádio. O homem da meteorologia anunciava que não ia chover, que estava Sol, mas não calor.


“Por isso, senhoras e senhores, podem contar com um dia normal.”


Deu-me vontade de chorar. Mas o mais triste é que não sentia qualquer tristeza. Ou alegria. Ou qualquer merda de sensação que me tirasse deste marasmo.


Levantei-me. Fui até à salinha que ligava com o meu quarto. Abri a última gaveta da cómoda e tirei para fora uma caixinha de madeira, enrolada num pano. Voltei à sala e poisei-a nos joelhos. Abri-a cuidadosamente e tirei para fora a minha antiga pistola do exército, que me tinham deixado guardar como boa recordação. Ao lado tinha uma caixinha com balas. Coloquei seis no barril. Fechei, tranquei e poisei a arma no sofá. Acerquei-me da mesinha do café à minha frente e puxei de um bloco amarelo e um lápis. Rabisquei umas palavras, apaguei, escrevi outras, arranquei o papel e prendi-o na parede. Voltei a outra mão para a arma, encostei-a à testa e rebentei com a cabeça.













“Hoje acordei e senti-me normal. Em vez de me chatear com isso, preferi enfiar uma bala nos cornos. Boa noite.”




terça-feira, 17 de abril de 2007

Brianstorm




A banda sonora da combustão espontânea. Não vos apetece incendiar coisas, quando ouvem isto?



Circulam histórias sobre a origem da canção, nas quais este Brian tanto pode ser um sonho como uma pessoa real. A minha favorita é a versão que indica o Brian como sendo um fã que entrou no camarim deles e começou conversa amigável com a maior das facilidades, sem nunca os ter visto, e os deixou espantados com a sua personalidade, e pela maneira como conseguiu passar pelos seguranças.

«Alex remembers: "What happened were we met this guy, and when he left the room we were a bit freaked out by his presence, so we did like a brainstorm for what he was like, drew a little picture and wrote things about him."

"He was right weird," shudders Jamie Cook. "He just appeared with, like, a business card..." "... and like a round neck T-shirt and a tie loosely round it, I'd never seen that before. It felt like he were trying to get inside your mind. We were checking out his attire, freaked out. He definitely left a mark on us. He might have been a magician. He might even be here now. But if we ever found out who he was, it might spoil it.


Brian,
Top marks for not tryin'
So kind of you to bless us with your effortlessness
We're grateful and so strangely comforted

And i wonder are you puttin' us under?
Cause we can't take our eyes off the t-shirt and ties combination
Well see you later, innovator

Some want to kiss some want to kick you
There's nothin' that you couldn't slip through
Or at least that's the impression i get
cause you're smooth and you're wet
And she's not aware yet but she's yours

She'll be sayin' use me
Show me the jacuzzi
I imagine that it's there on a plate
Your rendezvous rate means that you'll never be frightened
to make them wait for a while
I doubt it's your style not to get what you set out to acquire
The eyes are on fire
You are the unforecasted storm

(Brian)
Calm, collected, and commandin'
(top marks for not tryin')
You made the other stories standin'
With your renditions and jokes
Bet there's hundreds of blokes that have wept
cause you've stolen their ...thunder
Are you puttin' us under

Cause we can't take our eyes off the t-shirt and ties combination
Well see you later, innovator



Só tenho pena de, pelo menos das primeiras audições, o novo álbum nunca conseguir atingir a fasquia deixada por esta primeira canção. Ou das canções do álbum anterior. Mas continuam a ser os Monkeys, e não querem, nem precisam, de "crescer".

domingo, 15 de abril de 2007

Perfect Sense


Mais uma vez volto a atirar para os olhos das pessoas que passam por aqui um dos meus recentes vícios musicais, para os quais a minha atenção se vira de vez em quando, sem razão aparente.

Sou um fã de Pink Floyd, como há muitos, mas as minhas experiências com a banda sempre tiveram uma conotação visual muito forte com o seu baixista, Roger Waters. Comecei a ouvi-los muito novo, culpa dos meus pais e da sua colecção de CD's e vinis, mas só mais tarde comecei a associar imagens à música.

Certo dia, com a explosão do mercado dos Dvd's, o meu pai traz um espectáculo gravado ao vivo do Roger Waters, a cantar material dos Pink Floyd e algumas das suas canções a solo. Foi a primeira vez que vi tocarem Pink Floyd, daí a minha associação com o senhor Waters. O segundo concerto que trouxemos para casa também era dele. Tratava-se daquele espectáculo melómano que foi o The Wall: Live In Berlin, que permanece ainda como a experiência musical ao vivo mais incrível que já vi. O meu fascínio aumentava cada vez mais.

Agora, uns bons anos passados, é que decido visitar a carreira a solo deste "showman" que coloca tons de produção grandiosa em tudo o que toca. Senão, vejamos a lista das suas aventuras:
Os links em cada canção são as respectivas letras, que acho que merecem ser apreciadas.

(1984) - The Pros & Cons Of Hitchhiking

A estreia a solo. Um álbum sobre uma viagem, não só física, como pelos sonhos e alucinações de um homem. Uma estranho primeiro passo, com certeza. Foi o primeiro que ouvi, e nunca mais me largou. Tem excelentes músicos a bordo, incluindo Eric Clapton, e a voz de Waters é algo desconfortante, mas torna-se um prazer maníaco ver como esta se esforça para cantar. E entre os diálogos e ruídos que colocam o ambiente, e as variações bruscas entre a calmaria e a tempestade, há aquele acorde da guitarra que nos persegue até ao fim do álbum.

5:06 AM - Every Stranger's Eyes




(1987) - Radio K.A.O.S.

Depois da estreia, o segundo álbum, subestimado, na minha opinião, dá seguimento aos "álbuns de conceito". Desta vez, encontramo-nos nos subterrâneos de uma rádio pirata em Los Angeles e no subconsciente de um homem que consegue ouvir ondas de rádio na cabeça. Destas vez, os sons que se captam na música (além da própria estrutura das canções, claro) vão desde vozes distorcidas, estática e código morse.

Radio Waves





(1992) - Amused To Death

Por fim, aquele que é o "concept album" de todos os "concept albuns". Afinal, o que pode ser maior que um conjunto de canções que retratam a existência humana de forma directa, quase brutal. O melhor álbum de Roger Waters, sem sombra de dúvida, e, se algum dia me pedissem para sintetizar a minha espécie numa canção, seria algo como isto:

It's A Miracle

sábado, 7 de abril de 2007

Books of Saturday


E se eu me sentasse hoje, em frente da minha máquina de escrever, e imprimisse palavras em papel que significassem algo, para alguém? E se tivesse a habilidade de as ordenar, organizar em frases sentidas sobre assuntos esquecidos? E se pudesse construir parágrafos inteiros sobre uma memória, um sonho, uma alucinação? E se as tivesse? E se a tinta se tornasse um rio, e escorresse das páginas? E a encadernação fosse forte o suficiente para encerrar todos os segredos do mundo nas palavras que escrevi? E a dedicatória citasse grandes e pequenos nomes, de Deuses e poetas, e entre eles estivesse o teu? O título tão simples como pesado de significado? O papel amarelo e perfumado como uma antiguidade? As medidas certas, para caber na tua estante, para não pesar na tua mochila, para o segurares numa só mão. Suficientemente apelativo para o detectares numa prateleira de livraria, no entanto, cuidadosamente abandonado como de único exemplar se tratasse, guardado só para ti, como tu te guardaste para ele. E é só para ti, mais ninguém. Os outros não o compreenderiam como tu o vês, não perceberiam as palavras, porque não falam nessa língua secreta, por sinais, que se discursa entre vocês.

Depois voltas a casa, entras no quarto, certificas-te de que ninguém te incomoda, descalças os sapatos e lanças-te para cima do colchão, de braços debruçados sobre a almofada, e o livro no meio. Abres na primeira página. Lês o título novamente. Viras a folha. Encontras o nome do autor, o número da edição, o local onde foi impresso, e lês tudo. Continuas. O número do primeiro capítulo, o nome, a primeira frase. Já não sabes nada, já deixaste de ser quem eras. És um detective, falta-te dinheiro, tens um problema com a bebida. Viras a página. És um trapezista, um acrobata, forçado a fazer coisas horríveis. Viras a página. És um velho ancião japonês, consegues falar com os gatos. Próxima. És um nova-iorquino, a recuperar de uma doença terrível. És uma brasileira que escreveu uma canção. És um pássaro que não sabe voar. És um poeta, falas com o espelho, para outros poetas. És como o vento, ninguém te vê. És um herói, um vilão, és o terrorista que planta a bomba e o turista que é apanhado na explosão. És alguém que espera alguém numa estação de comboio. Não és ninguém. Viras a página…

És uma pessoa da tua idade, que está no teu quarto e ler o teu livro e usa as tuas roupas. Come o que tu comes e dorme onde tu dormes. Segue-te para onde quer que vás, nem à tua frente, nem atrás. Está exactamente onde precisa de estar, sempre. Não a consegues ver, porque está escondida atrás dos teus olhos. Mas consegues senti-la, não é? Porque agora chegaste à última página do livro… mas já não o consegues fechar.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Progressos


Progressive Rock (prog-rock) -

Noun S: (n) progressive rock, art rock (a style of rock music that emerged in the 1970s; associated with attempts to combine rock with jazz and other forms; intended for listening and not dancing)



Ultimamente tenho andando a ouvir novas bandas deste género épico, passando pelos clássicos super-grupos desse tempo em que a música tinha uma veia de espectáculo e de encenação, em que as bandas tentavam (e conseguiam) criar mundos paralelos onde podíamos entrar, por vezes com uma mãozinha da medicina psicadélica. Desse tempo, gosto de encontrar estes momentos:



Os teatrais.



Genesis - Dancing With The Moonlight Knight




O Mellotron, esse instrumento genial.



Emerson, Lake & Palmer - rehersing Karn Evil 9






O fluído cor-de-rosa






Pink Floyd - Echoes, Part 1





O género nunca morreu, e ainda hoje, apesar de se ter estendido a outros patamares para se adaptar aos tempos, dá gosto encontrar os herdeiros em bandas e músicas como esta:


Os aprendizes.


Tool - The Pot





Contudo, e nada me dá mais gozo do que terminar com isto, ninguém, mas mesmo ninguém conseguirá alguma vez ocupar o lugar que esta canção tem na história do rock progressivo. Não tem vídeo, mas acho que a música fala por si, espero que gostem.


Os Mestres.

King Crimson - 21st Century Schizoid Man

sábado, 24 de março de 2007

nicotina


- Achas que há algo de sensual num cigarro?

- Estás a tentar extrair alguma confissão de mim?

- Não. Estou só a fazer conversa. Achas sensual uma rapariga a fumar um cigarro?

- Como tu estás a fazer agora?

- Sim.

- Depende.

- Não te escapes á pergunta, por favor. Depois do dia que tive, fazia-me bem alguma sinceridade.

- Por isso é que fumas o cigarro?

- Hum?

- Por causa do dia que tiveste é que estás a fumar?

- Como assim? Eu sou uma fumadora, tu sabes isso.

- Mas nunca a estas horas, nem aqui. Estás a ver se te despedem?

- Agora que o comecei, não o vou apagar. E não me respondeste.

- Não.

- E estás á espera do quê?

- Já respondi. A minha resposta é não.

- Não achas que um cigarro torna uma rapariga sensual?

- Não por si só.

- Explica-te.

- Não é o cigarro que a torna sensual. É toda a conjunção de atitudes. Uma pessoa não se torna automaticamente atraente por puxar uma ou duas baforadas de fumo e lançá-las para o ar. Nem a fazer anéis de fumo, ou a segurá-lo por entre os dedos. Vocês gostam de pensar que sim, mas é ridículo.

- Então eu sou ridícula?

- Não. Não és.

- Foi o que disseste. Chamaste ridículos aos fumadores, e, por arrasto, chamaste-me ridícula.

- Mas não foi isso que quis dizer. Só disse que não se pode basear todo o acto de sedução no acender de um cigarro. Nada se cria assim do nada. São precisos olhares, suspiros, sorrisos e aqueles acenos com a cabeça, que as mulheres fazem tão bem.

- Mas admites que ajuda?

- Sim, claro, é preciso ter as mãos ocupadas com qualquer coisa. Se não é um cigarro, é uma bebida, uma trança de cabelo, um cordão da camisola, etc. Faz tudo parte do jogo.

______//_______

- Tens namorada, Fernando?

- …Não. Porquê?

- Pareces tão entendido nestes assuntos de “mulheres”. Pensei que conseguisses ler-nos como um livro.

- Acho que, mesmo se o conseguisse, não saberia em que língua está escrito.

- Somos complicadas, hã?

- Talvez. Ou talvez sejam demasiado óbvias. Ás vezes fico indeciso.

- Mau! Primeiro dizes que sou ridícula, agora chamas-me óbvia, o que é o mesmo que dizer que sou banal, e isso não posso suportar!

- Não é de todo dizer que és banal. Estás a levar as coisas para o lado errado outra vez.

- Então?

- As mulheres… confundem-me… Num momento, posso dizer-te exactamente o que vão fazer. De que maneira vão ajeitar o cabelo, como vão pegar no copo, a forma como se sentam, essas coisas… Mas, de repente, quando menos se espera, surpreendem-te e partem-te o coração de uma forma completamente inexplicável… É… engraçado.

- Não me parece nada cómico.

- Mas é, mas é… Há só que saber rir no momento certo. Esperar pela “punchline”, sabes? E aí vês como o mundo parece uma comédia.

- Se tu o dizes…

- Olha, fazes-me um favor?

- Diz.

- Podes ir ali pôr isto a tocar? Tenho estes vinis todos para arrumar e dava-me jeito alguma música para tornar o trabalho mais fácil.

- Claro. E eu ajudo-te.

- Não é preciso. E já passa da tua hora de sair.

- Oh, não há problema. Hoje não tenho nenhum sítio para ir. E não há nada como uma tarefa para esquecermos as preocupações, certo?

- Certo, mas apaga-me esse cigarro, se fazes favor.

- Sim, sim. (espreme-o contra um cinzeiro de vidro) Já agora, que música é esta?

- Eh eh.


segunda-feira, 19 de março de 2007

Teach Me Sweetheart


Música feita por extraterrestres...



The Fiery Furnaces - Quay Cur


The Fiery Furnaces - Straight Street


The Fiery Furnaces - Tropical Iceland

sábado, 10 de março de 2007

instrumentações

Ela disse:

- Hoje preciso de ouvir algo intrumental… mas com aquele sentimento… Sabes do que estou a falar?

- É claro.

- Então, o que tens para mim?

- Além do óbvio?

- Por favor.

- Acho que tenho o ideal. Serve-te?

- Hum… não sei… Preferia algo menos previsível… como aquela banda que me mostraste no outro dia, sabes? Algo feito com paixão, puro gozo. Algo assim.

- Mas sem cantar?

- Sim.

- E existirá tal música?

- Tem de existir. Eu pensei nela. Ouvi-a na minha cabeça.

- E não terá sido imaginação?

- Não. Não sou assim tão criativa.

- E um sonho? Os sonhos vão sempre um passo além da imaginação.

- Também não me parece. Normalmente só sonho com coisas estúpidas e esta canção não é de certeza estúpida.

- E é assim tão importante?

- Não… é estranho… Não é uma canção séria, nem importante…No entanto, para mim é… demasiado importante para ser levada a sério… Compreendes?

- Nem por isso.

- Bem, não sei como explicar melhor. Ajudas-me a encontrá-la, ou não?

- Sim, quanto a isso podes contar comigo. Se não a sonhaste ou imaginaste, então tem de estar aqui. Por onde começamos?

- Tanto faz, acho eu. Tu começa por aquela ponta, que eu começo nesta. E encontramo-nos no meio, que tal?

- Parece-me um plano.

____//____

- Hã…Sofia?

- Sim?

- Queres ouvir a minha teoria sobre a música intrumental?

- (risos) Tens uma teoria? Como é?

- Prometes não te rir?

- Não!

- …Está bem, aqui vai. Existe música que é cantada e música sem voz, certo?

- Duh…

- Sim, bem… mas as pessoas ouvem muito mais da primeira. Porquê?

- É uma questão de comercialização, penso eu.

- Talvez… Mas eu acho que, mais do que isso, as pessoas gostam de ouvir as palavras. É mais familiar para elas, uma música que fale numa linguagem semelhante à sua própria. As pessoas estranham as canções sem palavras porquê? Porque não as entendem. Não entendem o que dizem.

- Nem todas!

- Calma, eu sei. Estou a falar no geral. Maior parte das pessoas não percebem o que lhes estão a dizer artistas que se recusam a falar. Por isso é que maior parte desses artistas tem de… traduzir as suas canções de alguma forma. Torná-las mais acessíveis, mais explícitas. Assim, a minha teoria é esta: as “lyrics” são a música traduzida para pessoas. E isso torna a música instrumental num objecto puro, intocado, e sem explicações…

- Está bem pensado, sim senhor. Gostei!

- A sério?! Fixe! Olha, acho que encontrei aqui qualquer coisa. Anda cá ver. É isto?

- Fuck! É isso mesmo!! Onde estava?!

- Aqui mesmo, escondido lá atrás. É isto, de certeza?

- Sim! Obrigada! (abraça-o)

- Ok. Ok. Vamos lá ouvir, então.

- Vamos, vamos! Onde está o gira-discos?

- Dá cá.

(Fernando levanta-se e desloca-se até ao fundo da sala, onde está um velho gira-discos. Com todo o cuidado, retira a roda negra do envelope de cartão e monta-a no aparelho. Ao pressioná-lo, o botão dá um estalo e a agulha movimenta-se automaticamente e cai sobre o disco.)

quarta-feira, 7 de março de 2007

Raios Catódicos


50 anos de televisão em Portugal. Mas ainda há aqueles de nós que preferem um bom livro.

Tudo o que vi a RTP fazer o dia inteiro foi vangloriar-se e dar graxa ao ego. Pela maneira como falavam, a RTP era o Deus da televisão em Portugal, que nunca tinha colocado no ar nada de mau ou de fraca qualidade, as pessoas é que não estavam preparadas ou "tinham mente fechada" por causa do pré-25 de Abril. O único traço de modéstia em toda a estação veio no fim do Telejornal, quando o José Alberto Carvalho fez uma síntese da história da televisão onde trabalha, admitindo tentarem fazer boa televisão, mas estarem propícios a erros, como todos. E foi o único (com excepção dos outros canais) a separar a história da televisão com a da RTP. Claro que assim que acabou o Telejornal, começaram a encher-nos a vista com mais egocentrismo apresentado pelo Jorge Gabriel. Enquanto isso, a TVI faz um especial qualquer só pela concorrência. Parabéns à televisão, sem dúvida!

Por isso, hoje, um post com a televisão como pano de fundo.

Homo Videns



Videodrome



Throw Away Your Television




(Quanto ao último vídeo, sim, eu apercebo-me da ironia de esse concerto ter passado na televisão e ainda lá ter o logótipo.) =D