quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Possivelmente o maior post que este blog já viu

Tenho saudades de escrever. No meu outro blog, agora abandonado às moscas, postei alguns escritos meus, na maior parte pedaços de uma história que andava a boiar na minha cabeça. E ainda anda, mas agora tem companhia. Por falta de tempo e paciência (duas coisas que não abundam quando se trata da minha pessoa) nunca mais lá fui.

Depois, comecei este novo blog, com um intuito que já nem sei qual era ou se tinha um para começar. Fui postando escassas notícias de música, falei sobre filmes que vi recentemente ou outros que esperava que saíssem para os ver, música que gosto de ouvir, vídeos que gosto de mostrar aos outros. Espalhei veneno sobre artistas que, para falar a verdade, pouco me ralo sobre o que fazem ou como o fazem. Enchi posts com nomes de bandas estranhos e pouco mais...

Então, apeteceu-me escrever novamente. Sou sincero, gosto de imaginar histórias, gosto de criar personagens, dar-lhes traços meus, inventar outros traços (alguns que eu gostaria de ter, por exemplo), criar-lhes amigos, familiares, conhecidos, inimigos, etc. Gosto de imaginar o enredo, descobrir uma ligação entre dois eventos que não tinha reparado antes, engendrar os acontecimentos, lançar-lhes algum significado, às vezes entretenho-me tanto a ver a história nascer como se a estivesse a ver na televisão ou a lê-la num livro. Tenho saudades de ver as coisas baterem certo e surgir um momento genial na trama. Que emoção que isso me dá! Sinto as personagens como conhecidos meus, como amigos. Cada um deles tem uma parte de mim dentro, isso faz deles alguém familiar. Pode-se dizer que estas pessoas são os meus amigos imaginários, na medida que escolho acreditar que podem mesmo existir. Posso conversar com eles. Conheço-os, mas não totalmente, apesar de os ter escrito. Sei tanto deles como saberia de um amigo. Há sempre algo que fica escondido, uma parte oculta. Pode parecer parvoíce, mas há alturas em que só sei realmente o que eles vão fazer quando o escrevo. Tenho de ler o que acabei de escrever para compreender o que acabou de acontecer. É incrível!


not my drawing, btw. se calhar devia já avisar-vos, que se virem uma imagem aqui, o mais provável é ter vindo de uma quick search no Google. x)




Nos últimos dias, tenho andado com outra história na cabeça (isto não quer dizer que não volte ao que escrevi antes, nunca me esqueço de uma personagem). Gostava de a pôr em movimento, de lhe dar um pouco de vida, e ao mundo em que a coloquei. Hoje, por exemplo, comecei a escrever. Ao fim de alguns parágrafos, deitei tudo fora. Estava absolutamente horrível. A sério, era aborrecido, mal escrito, pedante e demasiado óbvio. Eu tenho o hábito de nunca estar totalmente satisfeito com o que escrevo, salvo raras excepções, mas aquilo era mesmo mau! Vão por mim.

Não vou desistir, claro. Mas tenho de tentar uma abordagem diferente. O importante, acho eu, é divertir-me enquanto estou a escrever. Também importante, mas a um grau ligeiramente abaixo, é outras pessoas terem tanto prazer a ler, como eu tive a escrever. É o segundo passo. Sim, porque também me agrada imenso quando outras pessoas compreendem as minhas personagens. É como darem um prémio a um filho que nós já sabíamos cá dentro que tinha essa capacidade. É orgulho, é orgulho...

Bem, não vos quero maçar mais com isto. Só escrevi mesmo porque senti uma pontinha de depressão quando o começo da história não resultou e precisava de escrever alguma coisa para descarregar em alguém. E como isto é um blog, e o MEU blog, achei que podia torná-lo um bocadinho menos hipócrita. Quer dizer, se não vou escrever coisas destas aqui, onde é que as irei escrever? No fotolog? Nos nicks do Messenger? Não me parece. Esses espaços são para frases roubadas a outros autores (estou a falar no meu caso, é óbvio que já li excelentes devaneios nos flogs e sim, mesmo nos nicks do messenger). Se escrever alguma coisa de jeito, é aqui que vai ser publicada.

Outra coisa, começo a achar a rubrica das más reviews um bocadinho idiota. E mesmo a dos nomes das bandas, mas essa vou deixar até ao fim. As reviews têm piada (eu acho, como já disse aqui), mas não numa base semanal, senão é como uma piada que foi contada muitas vezes. Além disso, é incrivelmente hipócrita rebaixar artistas quando há pessoas que gostam deles e ouvem a sua música. Quem sou eu para dizer que esta banda é boa e esta outra é má? Não sou um crítico de música e mesmo que o fosse, não tinha esse direito. Por isso, vou acabar com essa secção.

E vou deixar de fingir que percebo de arte e falar como se isto fosse uma revista cultural. Isto, claramente, não é uma revista cultural! Isto é um blog chamado Detroit. Se gosto de algo e quero mostrá-lo, mostro-o. Mas não me vou pôr a falar de coisas sobre as quais só sei uma pequena porção. Não sou um comentador especializado, nem sou um jornalista.




Acho que é só isto. Obrigado por lerem. E pela paciência. ^^

1 comentário:

Anónimo disse...

okay =)