domingo, 7 de janeiro de 2007

Dark of the Matinée: Apocalypto


Cá está o meu primeiro filme de 2007. Já há algum tempo que não ia ao cinema (a última vez foi para ver o Casino Royale), mas a nova insensatez do Mel Gibson deu-me a "dose" de cinema que precisava.

O homem que nos trouxe, há uns tempos, o lendário Braveheart e, mais recentemente, o polémico A Paixão de Cristo, está de volta para entreter o espectador, dividir a crítica, e irritar mais um punhado de pessoas (neste caso, os descendentes dos Maias. Se, com A Paixão, Mel pretendia mostrar, em pormenor, as últimas 12 horas da vida de Cristo, com Apocalypto tenta representar fielmente os últimos dias de uma civilização perdida, decadente, e inspirada pelo medo. Os grandiosos Maias, outrora tão prósperos e ricos, vêem as suas culturas destruídas por pragas, o seu povo faminto e doente e os seus filhos a morrerem. Toda esta desgraça força-os a dirigirem-se aos céus, aos deuses, em busca da salvação. Efectuam sacrifícios maciços, assassinando centenas de pessoas em nome dos seu deuses. É nesta teia de acontecimentos que é apanhado Pata-Jaguar, um jovem habitante da selva, que se vê sequestrado pelos Maias para ser um desses sacrifícios. Com o único desejo de voltar a ver a sua mulher e os filhos, consegue escapar dos seus captores e o resto do filme conta a sua viagem de regresso, sempre perseguido por aqueles que o querem morto.

É, sem dúvida, uma experiência alucinante, principalmente quando chegamos à segunda metade, a fuga. Filmado com técnicas seleccionadas especialmente para dar a sensação de constante movimento ao espectador, a acção nunca pára neste épico que podia ser uma tragédia grega. Outro louvor que temos de dar ao senhor Gibson é conseguir, pela segunda vez, fazer um filme onde só se fala num qualquer idioma raro (na Paixão, era o hebraico, aramaico, latim, em Apocalypto é o Yucatec). Apesar de não parecer fazer muita diferença, já que os diálogos são escassos, consegue fazer uma pessoa entrar mais facilmente no imaginário da aventura e deixar-se levar. Outro mérito é conseguir levar o filme aos tops das bilheteiras sem um único nome sonante no cast. O actor principal (aka o coitado que passa o filme a correr) é o bailarino Rudy Youngblood, que quase de certeza deve ter sido escolhido pelo olhar expressivo. Quanto ao conteúdo em si, bem, é tudo o que se poderia querer de uma experiência de entretenimento cinematográfico. Se era essa a intenção de Mel, muito bem! Missão cumprida. Se ele pretendia fazer um filme com grande significado, talvez se tenha perdido um pouco no caminho. Não é daquelas obras-primas que fiquem na memória durante muito tempo. Mas não deixa, no entanto, de mostrar ao mundo que Mel Gibson tem visão "de cinema". Isso ninguém lhe pode tirar.

Como dizem por aí: Mel Gibson pode ser um lunático, mas é o NOSSO lunático!

2 comentários:

nunocavaco disse...

Também gosto do Mel Gibson. Não vi o filme mas tenho vontade.

Bom ano.

Anónimo disse...

sem duvida nosso....
não sei não
é um bocado esquizo para mim =P
bem...eu nao gostei da paixão de cristo !!!!!!só mesmo do sanguinho xD
mas confesso que parece ser um filme....vá,interessante